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domingo, 5 de julho de 2015

línguas

   Nos últimos tempos tenho escrito e lido imenso em inglês e sinto que, de certa forma, ando a menosprezar um pouco o português. Por isso, aqui estou eu, a escrever um texto em português, porque apesar de tudo, é a minha língua e quero manter o meu vocabulário, que até é razoável, mais do que a maioria das pessoas, que já só sabem falar calão. Já faz um tempo e sinto as repercussões disso, tenho muito mais dificuldade em escrever, em decifrar o que quero dizer e em encontrar o vocabulário correcto. A verdade é que, por alguma razão, eu adoro inglês. O que para muitos é uma língua vulgar, para mim é uma língua bonita e, sem dúvida, a minha preferida. Às vezes sinto que é como se fosse a minha língua nativa, não sei explicar...
   Confesso que sou apaixonada por línguas. Um dos meus objectivos de vida é aprender mais línguas. Sei, obviamente, português e inglês. O meu francês está um pouco enferrujado, mas é algo que eu tenciono trabalhar este Verão. Quero aprender espanhol, porque ao contrário da maioria dos portugueses, não acho que seja igual ao português, consegue, até, ser bastante traiçoeiro. Por algum motivo, sempre tive curiosidade em aprender alemão, apesar de a maior parte das pessoas a considerarem uma língua feia e difícil. Gostava de aprender muito mais do que essas, na verdade. Mas a língua que desde que me lembro que quero mesmo aprender é italiano. É uma língua que me fascina completamente. Tem um ritmo e uma musicalidade incrível! Ainda não fiz por a aprender porque sou um monte de esterco preguiçoso. A preguiça é um problema com que me venho a debater ao longo dos anos e que tenho tentado ultrapassar.
   Durante alguns anos e até à pouco tempo, estava convencida que ia ser tradutora. Mas as dúvidas surgiram. Sem dúvida que até é uma coisa que gosto, mas há dois problemas: não há grande futuro nessa profissão hoje em dia e não sei se me via a fazer isso a minha vida toda. Nem sei se me via a fazer a mesma coisa, seja ela qual for, a vida toda, mas isso já é outra história. Sou aquele tipo de pessoa que adorava experimentar várias coisas, mas o mundo está feito de uma forma que, pelo menos a meu ver, se queremos ter sucesso, o melhor é especializar-nos numa coisa e sermos os melhores nessa coisa. Uma das milhares de milhões de coisas que eu considero que está mal no mundo.
   Este é provavelmente um dos textos mais "random" que eu já escrevi, mas sabe bem escrever um texto que não é deprimente, como de costume. Só me queixei um bocadinho de nada, portei-me bem a escrever isto! Temas deprimentes não me faltavam, no entanto, e eu já disse isto uma vez aqui no blog, escrever sobre as coisas faz com que eu tenha de reflectir sobre elas e eu simplesmente não quero. Não é por "fugir" dos problemas que eu os resolvo, eu sei, mas isso é tudo mais bonito na teoria. Além disso, é Verão, estou de férias, só quero aproveitá-las bem!
Bé Silvestre

quarta-feira, 27 de maio de 2015

I need a break

   Neste momento vivo para a escola. Passo literalmente todos os dias a estudar até tarde, tudo para terminar o secundário com boas notas. A maior ironia é que eu nem sei o que quero fazer a seguir. É esperado de mim que eu vá para a faculdade, mas, apesar de gostar de imensos cursos, sinto que nenhum deles se adequa mesmo na perfeição a mim, consigo sempre arranjar defeitos para todos os cursos que me interessam minimamente. Quem me dera ser daquelas pessoas que sempre soube o que queria ser e que foi com isso até ao fim, sem dúvidas, sem hesitações. Não quero ir para um curso que, mais tarde, me arrependa...para me porem a estudar que nem uma louca mais 3 anos, tem de ser por algo que realmente valha a pena, porque, de outra maneira, não aguento psicologicamente. Sou uma pessoa demasiado stressada e ansiosa, eventualmente iria ter um esgotamento nervoso ou algo do género. Por outro lado, também não quero ir trabalhar já. Tudo o que eu sei, é que quero um futuro. E isto frustra-me tanto, porque tenho de tomar esta decisão rapidamente e eu não tenho mesmo a mínima noção do que fazer...

   Sinto-me uma merda, sinto a minha vida a passar-me ao lado. Acho que passo mais tempo a fugir da vida do que a vivê-la. Não faço nada de produtivo. Já nem me divirto. Sinto-me tão perdida. Estou cansada. A literalmente todos os níveis. Na realidade, estou exausta mesmo. Estou farta de tudo. Estou a desesperar. O stress e a ansiedade estão a apoderar-se de mim. Sinto que não tenho nada de bom na vida, o que é egoísmo, comparado com tantas outras pessoas pelo mundo que têm muito menos que eu e passam por coisas bem piores que eu e, mesmo assim, são felizes.
   Tenho pessoas comigo, mas parece que não é suficiente, parece que me falta algo...sinto-me sozinha, sinto que ninguém se preocupa comigo...Eu nem tenho palavras para descrever o quão mal me sinto...sinto-me tão pequenina, tão insignificante, tão desamparada...
   Eu só queria deixar de sentir estas coisas horríveis, quero ser feliz, é pedir muito?
Bé Silvestre

terça-feira, 14 de abril de 2015

I tried

   Há imenso tempo que não escrevo sobre os meus sentimentos...Provavelmente porque para escrever sobre eles, tenho de reflectir sobre os mesmos e, sinceramente, isso não é algo que eu goste de fazer com frequência. É demasiado avassalador, doloroso e desgastante.
   Tentei pensar em tudo o que eu queria falar neste texto e o que me ocorreu assim mais de repente foi a data de hoje, Londres, faculdade e aquilo que sinto em geral. Mas só de pensar em desenvolver cada um desses temas...exige demasiado de mim e das minhas emoções. Não consigo, não quero pensar, não sentir. Desisto. Vou ter de escrever esse texto noutra altura. Ao menos tentei...
Bé Silvestre

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

London ♥

   Há muitos anos que quero ir a Londres. Não me perguntem porquê, mas é uma cidade que me fascina, apesar de eu nunca ter lá ido...estranho não é? Querermos tanto ir a um sítio que nunca fomos, afirmarmos que determinado sítio nos fascina...não compreendo muito bem como isso pode ser possível, mas a verdade é que todos temos um, ou até mesmo vários destinos de sonho e, no entanto, tudo o que sabemos e conhecemos sobre esses sítios são apenas testemunhos e fotos. Na realidade, Londres não é a minha viagem de sonho, ou melhor, é uma das...está, muito provavelmente, em 3º lugar. Em 2º lugar está Nova Iorque e, a minha viagem de sonho, aquela mesmo que tenho em mente desde muito pequena, é a Tailândia. Desde muito antes do terramoto de 2004 que quero lá ir, tendo em conta que ainda nem 18 anos tenho, é só fazer as contas...
   Viajar é umas das coisas que eu quero fazer na vida. Viajar muito. Conhecer novas culturas, novas pessoas, novas formas de estar na vida, novas coisas, coisas diferentes...E não quero ser turista. Não quero visitar apenas os sítios turísticos aos quais toda a gente vai, porque isso é uma espécie de "fachada", que mostra um mundo perfeito, quando na realidade, não o é. Nenhum sítio é perfeito, o que não é mau. O imperfeito é bom, é real. Eu quero ver realmente as coisas, quero ver tudo e não só as atracções turísticas, quero misturar-me. Não há melhor forma de conhecer realmente outras culturas. Quero ter em mim um bocadinho de todas as culturas dos sítios que eu visitar. É muito irreal querer dar a volta ao mundo? Provavelmente? Mas o que é a vida sem sonhar?
   Este paleio todo para dizer que dia 14 deste mês, ou seja, daqui a 2 dias, vou para Londres. Vai ser mais um sonho realizado. Desta vez vou conhecer as atracções turísticas, mas quando lá voltar, quero realmente misturar-me, ir a sítios desconhecidos para os turistas. Estou tão feliz e ansiosa, porque realmente estou a precisar de sair de Portugal, evadir-me da realidade, conhecer coisas novas, esquecer tudo, nem que seja por apenas uns dias...e quando voltar para Portugal, quero escrever sobre tudo o que vi, tudo o que senti, enfim, tudinho. Porque eu vou precisar de explodir a alegria de dentro de mim e escrever é o meu maior refúgio.
Bé Silvestre

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

please, don't go

   Toda a gente me diz que tenho de me mentalizar...mas como? Como é que é possível alguém se mentalizar que alguém que ama pode morrer? Invejo as pessoas que o conseguem fazer, mas, por outro lado, não percebo tamanha frieza...Como é que é suposto alguém aceitar que vai deixar de ver, tocar e abraçar alguém que ama e deixar de poder conversar com ela? Num minuto, essa pessoa pode estar aqui e, no segundo a seguir, já não. Isso assusta-me tanto. Não vou aguentar se...Estou mesmo a bater mal...
Bé Silvestre

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

stay...

   Sei que, por vezes, pareço não me importar com as pessoas, mas importo e muito...muitas das vezes, não o sei demonstrar e, além disso, confesso que tento não estar demasiado próxima de ninguém, para depois não sofrer. Parece parvo e difícil de perceber para a maioria das pessoas, mas foi uma defesa que eu criei...de qualquer maneira, por muito que eu tente não me apegar, para não passar por toda a dor de novo, família é família, e parte dela será sempre especial. Não falo de família que não quer saber de mim para nada, porque dessa, eu também não quero saber minimamente. Trata-se de família que, apesar de tudo, esteve lá sempre quando eu precisava e não há melhor exemplo disso do que tu...tu passaste por tanto na vida, tanta porcaria, tantos obstáculos, mas nunca desististe, nem baixaste a cabeça, lutaste e ultrapassaste sempre tudo...Deste o teu melhor para criar a avó, com esforço e dedicação, de forma a dar-lhe tudo o que podias...anos depois, ajudaste a criar a minha mãe e a minha tia e, passado mais alguns anos, ajudaste a minha mãe a criar-me. És uma mãe para todas nós...és o maior exemplo de força e coragem que alguém pode ter! Sempre tiveste luz própria, não sei explicar...Lembro-me que ainda à pouco tempo atrás, apesar da tua idade, ainda fazias ginástica, saltavas à corda, fazias contas de somar/subtrair/dividir/multiplicar...haverá alguém mais forte  e determinada do que tu? Toda a gente ambiciona chegar à tua idade e fazer tudo sozinha e ser tão independente como tu eras até à bem pouco tempo atrás...
   Estou com medo de te perder, todos estamos...será egoísta da minha parte querer que fiques? Sei que não poderei ter-te muito mais tempo, a idade não perdoa, mas não vás já...eu não estou preparada para te perder e não sei se algum dia estarei...Nem sabes o quão arrependida estou de tanta coisa...Estou super atordoada, não estava nada à espera disto...Estou tão perdida "vó Lela"...Não aguento passar por isto tudo de novo...Fica.
Bé Silvestre

domingo, 25 de janeiro de 2015

kinda lost

   Hoje em dia, são poucas as coisas às quais me apego, mas quando me apego, é a valer mesmo. E, por algum motivo, eu tenho a tendência a sair a perder em todas as situações, ou seja, perco tudo, até as pouquíssimas coisas a que me apego…Acabo por ficar à toa, sem rumo, sem algo que dê sentido à minha vida, por mais pequeno que seja…Talvez a culpa seja minha, por tentar fazer-me sempre de forte à frente de toda a gente, quando na realidade não o sou, e as pessoas esquecem-se que também tenho sentimentos.
   Não tenho vontade de fazer nada, a não ser cair num sono profundo e acordar só daqui a muito, muito tempo…(Agora entendo porque é que a “Bela Adormecida” sempre foi a minha princesa favorita da Disney.) Para agravar tudo, estou a entrar em época de testes, o que significa muito stress…E como stressada que sou, meto-me logo a pensar em outras coisas que me stressam, como por exemplo os exames do final do ano, as médias, a universidade, o meu futuro, e vira literalmente tudo stress, não sei como é que eu consigo fazer tal proeza, mas sei que fico completamente sufocada e com vontade de desaparecer ou então, como já referi,  de cair num sono profundo. Nada me dá alento…nem o facto de estar quase a ir para Londres. Até à um tempo tinha a convicção de que ir para longe iria afastar os problemas todos, nem que fosse por pouco tempo, mas acho que caí para a realidade: os problemas perseguem-nos, para qualquer lado, não vale a pena fugir…mas suponho que vale a pena tentar ao menos.
   O que é ser feliz? O que é a felicidade?...Já nem sei o que estou para aqui a dizer, acho que estou a divagar já…
Bé Silvestre

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

feeling out of place

   Estou numa fase estranha da minha vida em que não sei o que e quem é importante para mim. Para ser sincera, não sei fundamentar isto correctamente, aliás, como sempre, pois sou do tipo de pessoa que não se sabe expressar bem, no entanto, vou tentar dar o meu meu melhor...eu adoro determinadas pessoas e considero-as importantes, mas, ao mesmo tempo parece que já não tenho"aquele clique" com ninguém, que já não há aquele interesse, que já não à aquele esforço por manter o contacto, que estou super afastada de todos...não sei. Talvez seja algo passageiro. Talvez não esteja a ver as coisas da perspectiva correcta. Ou talvez seja porque sinto que ninguém me compreende.
   Sinto que já não sei o que é importante para mim...já não sei o que gosto, o que quero para a minha vida, o que realmente importa...ando completamente à toa na vida. Sinto-me um "ET". Vejo toda a gente à minha volta conformada com a vida, sem qualquer tipo de questão acerca da sua existência e eu aqui, cheia de questões e dúvidas existenciais...Eu esforço-me por me integrar, juro que sim, mas sinto-me tão deslocada e não me identifico minimamente com a sociedade, o que me faz cada vez mais me afastar da realidade e ficar no meu mundo.
Bé Silvestre

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

doente

   Como é óbvio, o destino não me podia reservar coisas boas, por isso, aqui estou eu, doente. Ontem estava pior, acordei mesmo mal, nem sei explicar...hoje estou melhor, mas ainda assim, não estou bem, quer a nível físico, quer a nível psicológico... Na verdade, nem sei qual está pior...Odeio sentir-me assim. Odeio estar doente. É como se deixássemos a vida em pausa, mas o tempo continua a passar...tenho coisas para fazer e tenho de estudar e, obviamente, não consigo.
   Sinto falta de quando era pequena e alguém ficava sempre do meu lado quando estava doente. Agora é só uma casa a maior parte do tempo vazia. Ou melhor, os meus gatos fazem-me companhia, já não é mau.

Bé Silvestre

sábado, 10 de janeiro de 2015

a random story


   She kept trying to understand why… “why do I love him?”, “why him?”, “why do I keep giving him chances?”, she thought while she was finishing making coffee. But above all, “why would you do this to me, over and over again?”, “why would you make me feel so horrible?”… Although she never told him, the reasons why she always gave him chances were, first of all, the way he carried about her, his small and big gestures and second of all, and probably hard to understand, the way he always looked at her…so genuine, so pure, so authentic. Those little things made the love prevail. It was difficult for her to explain…maybe she was seeing things where they didn’t existed. People use to say that when we love someone, we can’t see things clearly. “It’s probably true…” she thought. She grabbed her coffee and went sitting next to the kitchen’s window, watching the storm, while drinking her coffee. What was so confusing about him was the fact that sometimes his acts showed love, other times, they showed he didn’t give a damn…what was she supposed to think? She didn’t know… The only thing that she was sure about was that such a big and lasting love couldn’t be fake…it just couldn’t. The truth is, she wouldn’t be able to deal with that.
   The storms always made her happy. She never realized why…Maybe because just like him, the storms made her feel alive. He had really no idea how she felt when she was with him…there was no time when she felt more complete and happy, or when her heart was fuller...He probably never noticed the shine on her eyes or her smile…It was all because of him...After so many years, he still gave her butterflies in her stomach and he didn’t even know it. It all sounds so “cliche”, but it was the purest truth. It was him. There was no substitute. There was nothing more comforting than his scent or his hugs. There was no one she ever felt better with. There was no one she trusted more.
   She got up and went to her bedroom. She opened her drawer and there were some pictures of them together, where they were hugging, laughing and really happy. Without him, she felt literally empty, incomplete, alone, it was like a huge part of her was missing…she couldn’t even explain it ... It was never the same without him. That feeling was, sometimes, so overwhelming and confuse…She was almost crying, so she closed the drawer and took a deep breath.
   “Love makes us so weak and vulnerable ...” she thought. In a certain way it takes care of our lifes. She wanted to stop overthinking. She just couldn’t handle all those thoughts. Unlike many people, she had the opinion that in life not everything depends on us, not even with regard to our own life and she knew that many people would say "we have full control of our lifes", but it was not as easy as people say it is. If it was that easy, she wouldn’t have feelings for him anymore, because she made an huge effort and it didn’t worked out. She went to the living room in order to watch a movie so that her thoughts would stop. The truth is, they didn’t really stop, but it helped a lot.

Bé Silvestre